Nova Regulamentação das Fintechs: O Que Muda Para os Empresários

30 de agosto de 2025

Nova Regulamentação das Fintechs: O Que Muda Para os Empresários


Nos últimos anos, as fintechs transformaram a forma como lidamos com dinheiro. Simples, ágeis e baratas, elas se tornaram a preferência de muitos empreendedores. Mas justamente essa praticidade abriu espaço para um problema: a falta de fiscalização adequada em relação às movimentações financeiras.

A Tentativa Anterior e o Recuo do Governo

Em 2024, o governo tentou equiparar as fintechs aos bancos nas obrigações de reporte de dados ao Fisco. A ideia era exigir que essas empresas informassem movimentações financeiras relevantes, como já ocorre com bancos e corretoras.

Porém, a medida foi mal comunicada. Fake news espalharam a ideia de que o Pix seria taxado, gerando pânico e até queda no uso do sistema. A pressão foi tanta que o governo voltou atrás e revogou a norma em janeiro de 2025. O resultado? Um vácuo regulatório que acabou sendo explorado por organizações criminosas para lavar bilhões de reais fora do radar da Receita.

A Nova Regulamentação em 2025

Em agosto de 2025, a Receita Federal voltou ao tema de forma mais clara e objetiva. A nova instrução normativa (IN RFB nº 2.278/2025) determina que fintechs e instituições de pagamento passem a reportar informações de movimentações financeiras, assim como os bancos já fazem há anos.

O objetivo não é criar impostos, mas aumentar a transparência e combater crimes financeiros. O Pix continua gratuito, e não há cobrança de tributos sobre transferências. O que muda é que transações relevantes – acima de R$ 5 mil mensais para pessoas físicas e R$ 15 mil para empresas – passam a ser monitoradas e comunicadas ao Fisco.

Impactos Para os Empresários

1. Separação de contas pessoais e empresariais

Misturar dinheiro da empresa com o pessoal do sócio agora é ainda mais arriscado. Movimentações entre CPF e CNPJ ficam no radar da Receita, e qualquer discrepância pode gerar questionamentos. Manter contas separadas, definir pró-labore e formalizar distribuição de lucros é essencial.

2. Maior necessidade de compliance

Assim como os bancos, as fintechs vão reforçar controles internos e podem solicitar documentos para justificar transações. Isso exige que empresários mantenham notas fiscais, recibos e contratos organizados, para evitar bloqueios de conta ou problemas fiscais.

3. Risco para quem atua na informalidade

Empresas ou sócios que movimentam valores sem emissão de notas fiscais ou fora da contabilidade ficam mais expostos. A Receita poderá cruzar informações e cobrar impostos sobre receitas não declaradas, com multa e juros.

4. Segurança para quem já está regularizado

Por outro lado, quem já separa contas, declara corretamente os rendimentos e mantém sua contabilidade em dia não deve sentir impacto. O reporte das fintechs apenas reforça a conformidade e dá mais segurança jurídica para o empresário.

Conclusão

A nova regulamentação das fintechs fecha uma brecha importante na fiscalização financeira do Brasil. Para os empresários, a mensagem é clara: profissionalizar a gestão financeira não é mais uma opção, é uma necessidade.

Separar as finanças da empresa e da pessoa física, declarar corretamente os rendimentos e manter os documentos em ordem deixou de ser apenas uma boa prática de gestão — agora é também uma forma de proteger o negócio e evitar dores de cabeça com o Fisco.

Dica prática: Se você ainda usa sua conta pessoal para movimentar recursos da empresa, é hora de rever esse hábito. A transparência chegou para as fintechs, e quem se antecipa sai na frente.
Por Vanderson Marins 5 de setembro de 2025
Contratar um empregado doméstico é uma decisão importante, que envolve responsabilidade legal, planejamento financeiro e segurança para ambas as partes . Desde a Lei Complementar 150/2015 , os direitos dessa categoria foram ampliados e equiparados aos demais trabalhadores regidos pela CLT. Se você está pensando em formalizar um vínculo de emprego doméstico, este artigo explica os principais passos e os custos reais envolvidos. ✅ Quem é considerado empregado doméstico? De acordo com a Lei Complementar 150/2015 , é considerado empregado doméstico aquele que presta serviços de forma: contínua, subordinada, onerosa, pessoal, de finalidade não lucrativa, no âmbito residencial da pessoa ou família. Exemplos: babás, motoristas particulares, caseiros, cuidadores de idosos, jardineiros, entre outros. ✅ Registro obrigatório no eSocial Doméstico O eSocial Doméstico é a plataforma oficial do Governo Federal para administrar a relação de emprego doméstico. No sistema, o empregador deve: Registrar a admissão, salário e jornada do trabalhador; Emitir mensalmente a guia única DAE (Documento de Arrecadação do eSocial); Recolher todos os encargos trabalhistas e previdenciários em um só pagamento. Prazo: até o dia 7 de cada mês . ✅ Custos do empregado doméstico Além do salário acordado, o empregador tem encargos obrigatórios. Veja os principais: Encargos fixos mensais INSS patronal: 8% sobre o salário; Seguro contra acidente de trabalho: 0,8%; FGTS: 8%; Indenização compensatória (40% do FGTS rateada): 3,2%. Total: 20% sobre o salário. Provisões anuais (rateadas mês a mês) 13º salário: 1/12 do salário a cada mês; Férias + 1/3: aproximadamente 1,11 salário a cada 12 meses (na prática, 1/12 + 1/3 de férias). Exemplo prático Salário contratado: R$ 1.500,00 Encargos fixos (20%): R$ 300,00 Provisão de 13º: R$ 125,00 Provisão de férias + 1/3: R$ 166,67 O que é provisão? Provisão significa guardar uma parte do valor todos os meses para despesas que você já sabe que vão acontecer no futuro, como férias e 13º salário. Exemplo: em vez de desembolsar todo o 13º de uma vez em dezembro, você pode separar 1/12 do salário por mês. Assim, quando chegar a hora, o dinheiro já está reservado. Custo real mensal aproximado: R$ 2.090,00 ✅Base legal Constituição Federal, art. 7º, parágrafo único (após PEC 72/2013 – PEC das Domésticas); Lei Complementar 150/2015 – regulamenta os direitos dos empregados domésticos; Decreto 8.373/2014 – institui o eSocial. Manual do Empregador Doméstico – eSocial ✅ Conclusão Contratar um empregado doméstico não é apenas pagar um salário: envolve encargos, provisões e obrigações legais que precisam ser bem planejadas. A formalização garante: ✔ Segurança jurídica para o empregador; ✔ Direitos trabalhistas para o empregado; ✔ Relação mais transparente e duradoura. Precisa de ajuda para contratar sem riscos e entender os custos reais? A Overons está p ronta para orientar você em cada passo.
Por Vanderson Marins 31 de agosto de 2025
Os processos trabalhistas não são apenas uma questão jurídica — eles afetam diretamente a saúde financeira, operacional e reputacional das organizações. Empresas que acumulam litígios recorrentes enfrentam uma combinação de custos crescentes , perda de produtividade e danos à imagem que podem comprometer sua sustentabilidade no longo prazo. Impactos Financeiros Litígios trabalhistas geram despesas imediatas e riscos futuros: Custos diretos: honorários advocatícios, custas processuais e indenizações. Multas e encargos: infrações como atrasos em salários, horas extras ou verbas rescisórias aumentam as multas administrativas e juros aplicados pela fiscalização. Passivos contingentes: cada processo precisa ser provisionado no balanço , impactando lucro , distribuição de dividendos e capacidade de investimento. Em suma: quanto mais recorrentes os processos, maior a drenagem do fluxo de caixa e mais limitada a capacidade de crescimento da empresa . Impactos Operacionais Além da esfera financeira, os litígios afetam a rotina interna: Rotatividade elevada: ambientes de trabalho conflituosos aumentam o turnover. Em empresas com clima organizacional ruim, a taxa de saída de funcionários pode chegar a 48,4% ao ano, contra 13,9% em empresas saudáveis. Perda de talentos: profissionais qualificados tendem a evitar ou abandonar companhias marcadas por disputas trabalhistas. Produtividade comprometida: conflitos geram absenteísmo, presenteísmo e greves, desviando o foco do negócio. Estudos indicam que, nos EUA, disputas internas custam US$ 359 bilhões por ano em horas improdutivas — no Brasil, ainda que em menor escala, o efeito é semelhante. O resultado é um ciclo vicioso: mais conflitos → mais rotatividade → mais custos → menor produtividade. Impactos Reputacionais A reputação é um dos ativos mais valiosos de uma empresa . No entanto, histórico recorrente de processos trabalhistas mina a credibilidade diante de investidores, parceiros e clientes. Imagem pública: conflitos são expostos em mídias e redes sociais, manchando a marca. Dificuldade de atrair talentos: 83% das organizações já relatam dificuldade em recrutar e reter profissionais; empresas litigiosas tornam-se “empregadores pouco atraentes”. Perda de confiança: stakeholders passam a questionar a governança e a cultura organizacional da companhia. Por outro lado, empresas que investem em compliance trabalhista e transparência conseguem blindar sua imagem, mostrando comprometimento ético e responsabilidade social. Estratégias para Reduzir Litígios Trabalhistas Para quebrar o ciclo dos conflitos, algumas práticas são fundamentais: 1. Compliance e governança trabalhista Implantar políticas internas claras, códigos de conduta e auditorias periódicas. Monitorar riscos de descumprimento da CLT e agir preventivamente. . 2. Contratos e documentação rigorosos Formalizar todas as relações de trabalho com clareza em contratos. Revisar periodicamente termos e condições, inclusive de terceirizados. 3. Controles de jornada e pagamento Adotar sistemas eletrônicos de ponto e folha, garantindo registros confiáveis. Evitar questionamentos sobre horas extras, férias e verbas rescisórias. 4. Segurança e treinamentos Cumprir normas de saúde e segurança do trabalho (NRs). Realizar treinamentos para reduzir acidentes e melhorar a convivência organizacional. 5. Diálogo interno e mediação Criar canais de comunicação (ouvidoria, hotline de compliance, feedbacks). Resolver conflitos de forma rápida antes que cheguem ao Judiciário. 6. Gestão de terceirizados Exigir cumprimento da legislação trabalhista por prestadores de serviços. Prever cláusulas contratuais que permitam auditorias. 7. Rescisões alinhadas à lei Realizar demissões de forma transparente, respeitando prazos legais. Documentar demissões por justa causa para evitar questionamentos posteriores. Conclusão Litígios trabalhistas não devem ser vistos como “custo inevitável”, mas como sinal de falhas internas na gestão de pessoas e processos. Empresas que tratam o tema de forma estratégica, com forte governança trabalhista, conseguem: reduzir custos; manter talentos; preservar sua reputação; e garantir maior competitividade no mercado. No fim, prevenir é sempre mais barato — e mais inteligente — do que litigar. Legenda de Termos Técnicos Custas processuais → valores cobrados pela Justiça para movimentar o processo (taxas judiciais). Indenizações trabalhistas → valores pagos ao empregado por descumprimento de direitos (ex.: horas extras não pagas, verbas rescisórias, danos morais). Multas administrativas → penalidades aplicadas por órgãos fiscalizadores, como o Ministério do Trabalho, quando há descumprimento da legislação. Encargos trabalhistas → valores adicionais obrigatórios sobre a folha (FGTS, INSS, férias, 13º etc.). Passivos contingentes → valores estimados de processos em andamento, que precisam ser registrados no balanço contábil como possíveis perdas futuras. Turnover (rotatividade) → índice que mede a entrada e saída de funcionários em uma empresa. Absenteísmo → ausência frequente do trabalhador (faltas). Presenteísmo → quando o trabalhador comparece ao trabalho, mas com baixo desempenho ou engajamento. Compliance trabalhista → conjunto de práticas internas para garantir que a empresa cumpra corretamente a legislação trabalhista. Governança trabalhista → gestão estruturada para alinhar políticas de pessoal à legislação e boas práticas de mercado. Ouvidoria → canal oficial de comunicação para que colaboradores relatem problemas ou irregularidades. Compliance hotline → canal de denúncia (telefone, e-mail ou plataforma) que permite reportar, de forma sigilosa, irregularidades ou conflitos. Rescisão contratual → término do contrato de trabalho entre empresa e empregado, com pagamento das verbas devidas. Verbas rescisórias → valores que devem ser pagos na rescisão (saldo de salário, férias proporcionais, 13º proporcional, aviso prévio etc.). Justa causa → forma de demissão em que o empregador não paga certas verbas rescisórias, por ter havido falta grave do empregado. Normas Regulamentadoras (NRs) → regras do Ministério do Trabalho que tratam de segurança e saúde no trabalho. Cláusulas contratuais → disposições escritas em um contrato que estabelecem direitos e deveres das partes.
Por Vanderson Marins 28 de agosto de 2025
Muitos empresários vivem a mesma contradição: olham o demonstrativo de resultados e veem lucro, mas quando chegam no banco… não há dinheiro suficiente para pagar salários, fornecedores e impostos. Isso acontece porque lucro não é a mesma coisa que dinheiro em caixa. E é justamente aí que o fluxo de caixa se torna uma das ferramentas mais poderosas — e muitas vezes negligenciadas — na gestão empresarial. Lucro x Caixa: entendendo a diferença O lucro registrado na contabilidade é um número que considera receitas, custos e despesas, seguindo regras técnicas. Já o caixa mostra a realidade imediata: quanto dinheiro a empresa tem hoje para honrar compromissos. Ignorar essa diferença é como dirigir olhando apenas para o retrovisor — mais cedo ou mais tarde, o acidente acontece. Os erros mais comuns no dia a dia No atendimento a empresas, é fácil perceber um padrão de falhas que estrangulam o caixa: Mistura de finanças pessoais e empresariais: o famoso “pegar um dinheirinho do caixa” sem registro. Confiar só no extrato bancário: o saldo positivo engana quando há boletos e impostos a vencer. Não projetar entradas e saídas: muitos só percebem a falta de dinheiro quando já estão atrasados. Vender a prazo e comprar à vista: clássico que cria buracos de liquidez. Como estruturar um fluxo de caixa eficiente Não é preciso sistemas caros ou complicados para começar. O segredo está na disciplina: Controle diário: registre todas as entradas e saídas, sem exceção. Projeção mínima de 90 dias: antecipe obrigações e receitas esperadas. Separação das contas: nunca use a conta da empresa para despesas pessoais. Gestão de prazos: negocie com fornecedores e clientes para equilibrar pagamentos e recebimentos. Reserva de emergência empresarial: guarde de 2 a 3 meses de despesas fixas. O fluxo de caixa como bússola Com esses cuidados, o fluxo de caixa deixa de ser apenas um registro e passa a ser uma bússola de gestão. Ele mostra quando é hora de segurar gastos, quando dá para investir em crescimento e até se o preço praticado cobre os custos de verdade. Benefícios diretos para o empresário Redução da ansiedade sobre contas a pagar. Decisões mais seguras para investimentos. Menos dependência de empréstimos bancários. Maior confiança para negociar com fornecedores e clientes. Conclusão No dia a dia do empresário, o fluxo de caixa não é burocracia: é sobrevivência. Empresas não quebram por falta de lucro, mas sim por falta de caixa. Se você ainda não tem esse controle estruturado, está deixando sua empresa exposta a riscos desnecessários. O momento de mudar é agora. E, com o apoio certo, o fluxo de caixa pode se transformar de um vilão invisível em um verdadeiro aliado do crescimento. Quer entender melhor como aplicar o fluxo de caixa no seu negócio? A Overons pode ajudar a estruturar esse controle e trazer previsibilidade financeira para sua empresa.
Por Conta Plena 19 de junho de 2023
Alinhar as expectativas com sua equipe para manter a rota do crescimento.
Por Conta Plena 19 de junho de 2023
Agilidade e economia são vantagens da adoção de um software de gestão financeira.
Por Conta Plena 19 de junho de 2023
Potencialize sua produtividade na contratação de colaboradores.